Povos do Mar – Centro Cultural São Sebastião tem Alma

Quem somos

Centro Cultural São Sebastião tem Alma

O Centro Cultural São Sebastião tem alma (CCSSTA) é uma entidade sem fins lucrativos fundada em 1989 no município de São Sebastião, litoral norte de São Paulo, por 3 mulheres ativistas culturais: Teresa Aguiar, Ariane Porto e Lúcia Martini, com o objetivo principal de realizar ações de preservação das culturas litorâneas, com foco na cultura caiçara. Para isso, iniciou suas atividades com um processo de revalorização e preservação da cultura tradicional, numa época em que as atividades inerentes a ela estavam impactadas pela especulação imobiliária, turismo massivo, pesca predatória e pretensas “ações ambientais” que legitimavam a expulsão do caiçara de seus espaços de vida e trabalho.

O CCSSTA implantou fóruns de debates e grupos de trabalho para fomentar as discussões a respeito dos problemas que atingem as comunidades litorâneas e buscar caminhos conjuntos para soluções, especialmente nas áreas de pesca, agricultura e extrativismo, e em 1990 foi realizado o I CONGRESSO CAIÇARA. Seguiram-se outros fóruns (Encontro das Ilhas, Pequeno Encontro do Povos do Mar, Encontros Nacionais dos Povos do Mar e Encontros Internacionais dos Povos do Mar), através dos quais o CCSTA criou uma rede de comunicação com a participação de ongs, institutos de pesquisa, órgãos governamentais e instituições internacionais, para otimização de ações e fortalecimento cultural das comunidades pesqueiras, ribeirinhas, indígenas e quilombolas.

Atuando em grandes áreas temáticas que têm interfaces diretas com a cultura – educação, comunicação, meio ambiente, direitos humanos e mobilização social – muitos têm sido os parceiros nacionais e internacionais. Em 2002, teve início uma linha de trabalho dedicada as questões de gênero na pesca e maricultura, com a produção do premiado curta metragem A MULHER E O MAR.

O CCSSTA implantou fóruns de debates e grupos de trabalho para fomentar as discussões a respeito dos problemas que atingem as comunidades litorâneas e buscar caminhos conjuntos para soluções, especialmente nas áreas de pesca, agricultura e extrativismo, e em 1990 foi realizado o I CONGRESSO CAIÇARA. Seguiram-se outros fóruns (Encontro das Ilhas, Pequeno Encontro do Povos do Mar, Encontros Nacionais dos Povos do Mar e Encontros Internacionais dos Povos do Mar), através dos quais o CCSTA criou uma rede de comunicação da qual participam ongs, institutos de pesquisa, órgãos governamentais e instituições internacionais, para otimização de ações e fortalecimento das comunidades pesqueiras, ribeirinhas, indígenas e quilombolas.

Atuando em grandes áreas temáticas – educação, comunicação, meio ambiente, direitos humanos e mobilização social – muitos tem sido os parceiros nacionais e internacionais. Em 2002, teve início uma linha de trabalho dedicada as questões de gênero na pesca e maricultura, com a produção do premiado curta metragem A MULHER E O MAR.

Muitas ações de comunicação vêm sendo realizadas desde sua fundação, o que resultou na produção do maior acervo com produções audiovisuais de nos gêneros documental, ficcional e de animação sobre as atividades culturais tradicionais (feitio de canoa, aviamento da farinha de mandioca, artesanato em taboa, madeira e demais matérias primas da região, culinária caiçara, músicas, festas e folguedos, atividades de pesca, agricultura de subsistência, aquicultura, etc) do litoral brasileiro.

No final dos anos 90, teve início a produção da série televisiva TV POVOS DO MAR. Em 2002, teve início uma linha de trabalho dedicada as questões de gênero na pesca e maricultura, com a produção do premiado curta metragem A MULHER E O MAR de Ariane Porto. 

O CCSSTA foi Ponto de Cultura e, posteriormente, Pontão de Cultura, desenvolvendo atividades de capacitação em educomunicação para a produção de narrativas pelas comunidades. Com a difusão das tecnologias digitais, o CCSSTA fortaleceu a área de produção de conteúdo audiovisual, formando o maior acervo de memória e cultura caiçara do país.

Somos educomunicadores e educomunicadoras

O recurso audiovisual começou a ser utilizado nas ações do proponente com a comunidade caiçara desde sua fundação em 1989, como forma de registro da memória oral e difusão cultural. A primeira fase foi realizada através do desenvolvimento de um trabalho com as escolas, ensinando as crianças a operarem uma câmera de vídeo VHS e capacitando-as para a produção de seu próprio curta metragem. Os vídeos eram mostrados em todos os bairros, em praças públicas e nas praias, possibilitando a todo o município – que tem 100 quilômetros de costa – conhecer as estórias locais contadas pelos próprios moradores.

A ação pioneira levou à produção do telefilme (60’) de ficção GUAIÁ DOS MARES, produzido com a mais moderna tecnologia da época – a câmera U-Matic. Em 1994, foi criada a série TV Povos do Mar, um programa de variedades, composto de entrevistas e reportagens, dividido em temas: cultura, meio ambiente, dicionário verde, ecoturismo, culinária. Inicialmente os programas foram exibidos em praças, escolas e espaços públicos. Posteriormente, o programa foi veiculado na TV Bandeirantes, de 1997 a 2000, na Baixada Santista, Vale do Paraíba, Serra da Mantiqueira e Litoral Norte de São Paulo. A partir de então, a TV POVOS DO MAR passou a ser veiculada em vários canais comunitários e universitários. Em 2005 foi realizada uma série em parceria com a TV SENAC, que continuou a ser veicula em outros canais de TV e internet até 2014. As gravações foram feitas em Betacam e posteriormente em HDCam.

Muitas ações de comunicação vêm sendo realizadas com o intuito de fortalecer a produção de conteúdo comunitário. O CCSSTA foi declarado Ponto de Cultura e, posteriormente, Pontão de Cultura, desenvolvendo atividades de capacitação em educomunicação para a produção de narrativas pelas comunidades, visando a criação de um acervo audiovisual da cultura caiçara.
Essa trajetória de mais de 30 anos de utilização da produção audiovisual realizada com a participação comunitária através de capacitação por profissionais do setor, possibilitou a criação de um acervo diferenciado, que revela o olhar das comunidades caiçaras sobre os temas para elas relevantes. Esse ineditismos de forma e conteúdo, tem uma relevância ímpar por registrar a voz caiçara durante décadas que foram transformadoras para a região litorânea.

Desde 2005, através do Projeto BEM-TE-VI, as crianças e adolescentes passaram a ser o foco das ações educomunicativas, inclusive com produções específicas sobre temas sócio culturais e ambientais – a série “O conteúdo somos nós!”

Principais Ações

Educação

SOS Educação

Através de parceria com a Prefeitura de São Sebastião e APEOESP, foram incluídos pescadores, canoeiros e artesão na rede pública de ensino do município como professores dos conhecimentos e técnicas patrimoniais caiçaras.

Escolas de Artesanato

Atendimento às comunidades isoladas das ilhas Vitória, Búzios e Montão de Trigo, com alfabetização de crianças, jovens e adultos e apoio para reabertura de escolas. O SOS Educação passou por várias fases, onde contou com o apoio externo de entidades como a AGB – Associação de Geógrafos do Brasil e da USP, através das Faculdades de Educação e de Geografia, na cessão de voluntários para o desenvolvimento de programas emergenciais de alfabetização e acompanhamento de professores das comunidades isoladas. Este trabalho, além dos resultados efetivos na alfabetização de crianças e adultos, a partir da manutenção de professores fixos nas comunidades, tem criado subsídios para a organização de um método diferenciado de ensino, voltado às especificidades das populações.

Universidade Aberta do Mar (UAM)

Em parceria com o Instituto de Oceanografia da Universidade de São Paulo, foram oferecidos cursos de extensão com módulos ministrados por docentes da USP e por pescadores, canoeiros e artesãos. Esse espaço horizontalizou os saberes acadêmicos e tradicionais, e os cursos tiveram a certificação da USP e do CCSSTA. A UAM teve a figura do “Reitor” desempenhada pelo Prof. Aziz Ab’Saber.

Universidade Aberta dos Povos

Incorporando os princípios das Escolas de Artesanato e da Universidade Aberta do Mar, foi criado um espaço virtual para oferecimento de cursos e divulgação de acervos sobre conhecimentos tradicionais dos povos originários, bem como das “novas culturas” oriundas das transformações geopolíticas contemporâneas.r

Saúde

SOS Saúde

Comunidades Isoladas de atendimento médico às ilhas de Vitória, Búzios, Montão de Trigo e às praias do lado do mar aberto de Ilhabela. O SOS Saúde compatibilizou atendimento emergencial e formação de agentes de saúde dentro da própria comunidade.

Agricultura

Hortas

Implantação de hortas em escolas da rede pública de ensino, oferecimentos de cursos, acompanhamento técnico e implantação de hortas comunitárias na costa e na ilha do Monte de Trigo, recuperação e construção de Casas Comunitárias de Farinha.

Reservas Extrativistas

Caixeta

Mapeamento das áreas de ocorrência de caxeta no município de São Sebastião, em parceria com o NUPAUB – Núcleo de Pesquisa e Apoio das Áreas Úmidas Brasileiras da USP para delimitação áreas de manejo sustentado.

Barro

Criação de área de reserva de argila no bairro São Francisco, em homenagem à paneleira Dona Adélia Barsotti.

Pesca artesanal e agricultura

Pesquisa

Levantamento do potencial pesqueiro, diagnóstico da situação pesqueira do município de São Sebastião em parceria com a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo e colônias de pescadores.
Em parceria com Núcleo de Estudos e Pesquisa em Alimentação da Unicamp, realizados estudos para a implantação de um entreposto de pesca no bairro de São Francisco e máquina despolpadora de pescado.

Ranchos de Pesca

Apoio à recuperação e à construção de novos ranchos de pesca nas praias ao longo da costa.

Maricultura

Cultivo de mexilhões nas ilhas de Búzios e Montão de Trigo, com o suporte financeiro do Fundo Nacional do Meio Ambiente.

Maricultura

Comunicação

Foi desenvolvido um projeto de comunicação com o intuito de, através de meios audiovisuais, preservar a memória de uma cultura, apoiar e divulgar as manifestações da comunidade, servindo de canal para suas expressões. 

A comunicação, além de seu papel mobilizador da comunidade, estabelece uma ponte de ligação com a sociedade e seus demais segmento. A linguagem audiovisual começou a ser utilizada nas ações com a comunidade caiçara em 1989, como forma de registro da memória oral e difusão cultural, através do desenvolvimento de um trabalho com as escolas, ensinando as crianças a operarem uma câmera de vídeo VHS e dando-lhes instrumentos para que realizassem seu próprio documentário ou contassem a história de seu bairro com qualquer outra forma narrativa. 

Após uma edição caseira, os vídeos eram mostrados em todos os bairros, possibilitando a todo o município – que tem 100 quilômetros de praias – conhecer as histórias locais contadas pelos próprios moradores. Disponibilizar para a comunidade condições para que ela mesma manejasse sua comunicação, possibilitou-lhe o controle de sua significação.

Em 1992 aconteceu o I ECOCINE – FESTIVAL NACIONAL DE CINEMA AMBIENTAL E DIREITOS HUMANOS, juntamente à Conferência Mundial do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, a ECO 92. O ECOCINE se tornou então um espaço de reflexão e diálogo e passou a ser realizado juntamente com os fóruns de discussão promovidos pelo CCSSTA sobre cultura e meio ambiente: os Encontros do Povos do Mar. 

Assim como os fóruns, o ECOCINE se tornou internacional e hoje, 30 anos depois, o CCSSTA segue acreditando que a educação que se potencializa através da comunicação, promovendo a mobilização para a transformação.

Em 1995, com o apoio do Fundo Nacional do Meio Ambiente e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), foi criada a Rede de Comunicação dos Povos do Mar, composta de rádio, jornal e televisão. O CCSSTA passa a produzir conteúdo e divulgar em meios próprios (canais locais e comunitários) e nas redes de alcance estadual e nacional. O sistema de comunicação aprofundou as questões relativas ao litoral e possibilitou o intercâmbio entre as comunidades de várias regiões.

Surgia assim a incipiente TV Povos do Mar, uma série de programas feitos na região e veiculados inicialmente em telões colocados nas praças públicas e praias, onde a comunidade poderia se ver, se redescobrir e se reconhecer. Já nesse momento, as crianças e jovens se tornaram protagonistas, desenvolvendo o projeto Conte Sua História e Conhecer Para Preservar, uma série de documentários sobre a vida e cultura caiçara.

Desde a implantação do CCSSTA, o audiovisual foi utilizado como registro e meio de integração entre as comunidades. A área de comunicação, além dos documentários regionais – que se tornaram um programa de televisão de variedades sobre cultura e meios ambiente litorâneos – a TV Povos do Mar – e dos mais de 20 documentários com temáticas sócio culturais e ambientais produzidos, teve início uma linha de produções voltadas para o público infantil.

Produções Infantis

Guaiá dos Mares telefilme infantil de ficção teve como atores principais as crianças caiçaras (integrantes do grupo de teatro local), pescadores e membros da comunidade. Seguiu-se a série com bonecos com 12 episódios, Assembleia dos Bichos, produzida com o apoio do Fundo Nacional do Meio Ambiente. 

Ampliando as ações, foi produzido o primeiro projeto de cinema, o longa-metragem infantil A Ilha do Terrível Rapaterra de Ariane Porto, com participação da comunidade local e de atores de renome nacional como Lima Duarte, Arlete Sales e Tadeu Mello.